Já dizem que é uma questão de ponto de vista...
Verdades absolutas são todas contestáveis.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Presságio

Hoje não vou escrever nada de bom. Decidi que todas as minhas produções serão fatídicas e enfadonhas. Seria uma ótima hora para parar de ler, Fábio.

Eu tenho pensado muito. Mais do que deveria, talvez. Dizem que quem pensa muito imagina coisas que não existem. No meu caso, eu não sei.

O que mais existe é a minha doença. O que mais existe é o meu vício, e se eu não tenho a dose necessária, o que mais existe é o fim. Não é nem a dose necessária, é só o mesmo que eu ofereço. Nunca disse que eu não exigia muito, e nunca afirmei seguir o padrão assim.
Eu sempre fui sincera.

Magdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderón


''Parece que a coisa mais importante na Grigolândia é ter ambição de ser 'somebody'. Eu não quero ser ninguém"
Foi mais ou menos isso que eu li no livro de sua biografia. Frida, muito embora eu ame suas obras e ainda mais do que elas, seu intelecto, discordo um tanto disso.
Não que eu almeje ser mais do que 'somebody', eu quero ser apenas eu mesma, o que já é um desafio. O que por si só, já é ser 'someone'. É ser muito mais do que 'someone', pois detenho mais do que um temperamento - mais ou menos como no seu auto retrato, a mesma face com roupas diferentes.
Não sou 'somebody', sou 'a lot of people'.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

European Love

I've been erasing lines
That I wrote to you
And if you only knew
The way you change my mood
How you make me laugh
Like I never thought I would
You have the power of making me sad

If you only knew
That I'd crawl on pigeons
If it was for you

And you're me ceiling, my floor, my walls
My unbreakeable bone
The prettiest of my deranged draws
Everything I wish I owned

So don't go away
I wanna make us bright
Promise that you'll stay
In the time of my life

God, I need you
Yeah, if you only knew
That these words aren't enough
Honey, you'd be sure
That no one has loved you so much





Do I really need to say it was for you?

domingo, 15 de agosto de 2010

Fábio

Ao Fábio. Não vou chamar de Fabiano para que você tenha certeza que foi para você.



Obrigada pelas cartas, obrigada pelo pedaço dos dias que você me conta.

É tão mais engrandecedor quando simplesmente se chega em casa e lá está, jogada ao chão, a carta. É o efeito do  inesperado se fazendo presente. Quando alguém diz que vai/está a escrever para você, já se sabe. Já se espera por ela. E quando ela não chega, a decepção se mistura com um tanto de mentira, e você tenta simplesmente pensar que a pessoa realmente ia tentar escrever qualquer coisa para você.
No seu caso, mesmo você dizendo que escreveria, eu fiquei surpresa ao vê-la na minha casa.

Eu ia escrever aqui hoje sobre você, não pense que escrevi somente porque sabia que você leria.
Você, como sempre, é muito bom. Tudo isso faz eu me sentir uma amiga meio cruel, má. Mas se eu fiz coisas que te magoaram, me perdoe. Eu jamais faria isso intencionalmente.

Detesto escrever sobre minha vida tão abertamente, justamente por ser muito explícito.
Mas como eu não queria esperar pelo correio, por ora você sabe dessas coisas. E eu vou escrever para você. Eu já escrevi, na verdade. Você apenas não sabe. Já fiz personagens com características suas, já fiz crônicas com suas epopéias, dos acidentes que constumava me relatar.

Eu amo você, Fabiano (acho que já sabe que isso é mesmo para você). E você sempre vai ser meu amigo que disse que eu danço estranho na festa de formatura, desconsiderando o meu pé destroçado.

Feliz Aniversário.

Meu oposto

Detesto o sentimentalismo das experiências contadas virtualmente. Talvez seja porque eu as ache muito apelativas. Talvez seja por isso também que esse blog tem um caráter quase... dramático. Não é essa a palavra, mas é algo assim. Um tanto mais sutil. As extravagâncias, em todos os sentidos, sempre me enojaram. A sutileza dá margem à imaginação, e para mim, às vezes, também à dramaticidade, como tabela, quase.

Àquela pessoa que me incomoda. Àquela pessoa que se choca com agressividade contra a minha pequenez.

Velha Glória Natal

"Look at this photograph. Everytime I look at it, it makes me laugh". Foi algo assim, não me recordo das malditas em sua perfeição, mas o impacto ainda foi imenso. Como se aquilo ainda fosse meu. A nostalgia é sempre a mais sutil, e talvez por isso, a mais depessora das emoções - de tão sinuosa, é extremamente difícil notá-la a tempo de impedí-la.

"Como você pôde se perder de mim?". No melhor estilo impulsivo de um indivíduo indeciso, respondi: "a vida tem dessas, vocês vivem sem mim". E reunindo todo o egoísmo que frequentemente me possui, acrescentei: "mas por favor, sofram bastante no processo do meu esquecimento, certo?". Era a carência. Ela, por sua vez, é patética. Vulnerável. E sempre se faz presente quando se vai a um ecossistema estranho. É natural do ser humano precisar saber que não importa onde esteja, não está desprovido de atenção. Mesmo que aquilo seja ilusão, não nos importamos de acreditar na miragem.

"Para não tocá-la, melhor nem vê-la". Negação. É isso? Um dos passos do luto, certo? Isso, mas já te alerto, se teu intelecto for meramente superior ao de uma barata esmagada, isso se mostra um torpor temporário apenas. E quando se acorda do momento "Resident Evil", a realidade é extremamente indelicada - ou talvez seja só a minha parcialidade sensível que a faça tão medonha.

"Time to say it, time to say it... Good bye". Não me aproprio dos clichês/lugares comuns dizendo que os amigos ficam para sempre, não apenas por ser avessa a eles, mas também por não corresponderem à realidade nesse caso.

Sim, por último, a aceitação - hipócrita! Hipocrisia sai por seus poros, e fere o seu ideal de moral. isso desaponta. É apenas uma troca de dores. O desapontamento quando chega, é realista, quase extremista. Sim, ingênua, te esquecerão tão rápido quanto te amaram, e você não mudará em nada a existência de ninguém. "This is where I grew up". E lá é sempre assim