Já dizem que é uma questão de ponto de vista...
Verdades absolutas são todas contestáveis.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Loucura diária

Rasgar as vestes
Arrancar os cabelos
Arranhar a pele
Profanar a própria carne
Gritar até estourar os tímpanos
e esfolar a garganta
Para sarar da dor
Arrancar os olhos
Para não ver o sangue jorrar.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Gelado

O frio nada mais é que a ausência do calor.
É um produto psicológico.
Inexiste acima de 7 graus celsius.
É meu cabelo molhado, minha cama cheia só de mim e meu cobertor.

Telepatia

O ser humano provavelmente emite algum tipo de onda cerebral enquanto pensa; apenas você sabe que meus 'nadas' significam milhares de palavras confusas que eu não direi.

Faz sentido na música "I wish that you knew when I said two sugars, actually I meant three".

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Milhares de tardes

Eu adormeci com sua respiração leve e quente no meu pescoço, com seus braços num envelope nas minhas costelas magras. E por alguns segundos, desejei nunca dormir. Nunca cair na inconsciência de seu toque.


O amor faz reféns.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Chico

"A gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar, mas eis que chega a roda viva e carrega o Destino pra lá".
Chico, suas palavras nunca fizeram mais sentido.

Breve Piada Humana

O padre estava na igreja, e no fim da missa pergunta:
-Quem quer ir pro céu?
-Eu, eu! - Todos levantam a mão.
-E quem quer ir hoje?
-...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Peter Pan



"Never say goodbye, because saying goodbye means going away, and going away means forgetting" (Peter Pan)
Numa tradução básica: "nunca diga adeus, porque dizer adeus significa ir embora, e ir embora significa esquecer".
Será mesmo? Muitas vezes o fato de ir embora torna tudo mais dramático, como consequência, tudo mais marcante.
Eu não gostaria de tentar provar essa teoria.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Modéstia

Ela achou um bilhete no caderno, com data e hora, e reparou nas letras arredondadas, lindas, de livro. Será que até as letras da maldita menina eram melhores que as suas?
Foi então que ela parou para pensar no sorriso. Nossa, que sorriso lindo tinha aquela menina. Não que ela também não o tivesse. Talvez fosse isso mesmo. Os dentes grandes perfeitamente alinhados eram idênticos aos seus, o que fazia com que ela os apreciasse de uma maneira extremamente narcisista, ao mesmo tempo que os odiava. Odiava que os outros se parecessem com ela mesma. Queria ser única.
E tentando achar uma saída, ela pensou em quase tudo: poderia arrancar dente por dente daquela boca sempre sorridente. Essa era sempre a saída mais atraente.
Mas como sempre, ela cedia aos seus princípios pacifistas, chegando à conclusão de que se um dia ele ficasse com a adorável menina ou com alguém do gênero, seria apenas para recordar-se dela - afinal, qualquer qualidade que ele pudesse achar em alguém ela já tinha.


Talvez ela não seja tão pacifista assim.