Já dizem que é uma questão de ponto de vista...
Verdades absolutas são todas contestáveis.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Certas coisas são lindas e maravilhosas. São chocantemente deliciosas.
Nós nunca pensamos que elas expiram, no entanto. Leite condensado é muito bom, mas ninguém quer comer depois do prazo de validade.
A gente precisa mesmo é lembrar do gosto, de quanto a gente gostou de tudo aquilo. Se for rápido, melhor ainda; talvez nem pensamos que amamos o que foi tão efêmero.
Algumas coisas vieram para fazer parte do que somos, ou modificar no íntimo alguma parte nossa. Só que a maioria só veio para ser lembrança mesmo...








Para Mari.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Fairytale

Once upon a time, there was a pretty girl and a handsome boy.
The handsome boy believed in singing, reading, painting and perhaps, in loving as well - and so did the pretty girl.
You see, these two kids were very fond of each other. In fact, the pretty girl sunk for the boy, and the boy perhaps cared about her too.
As they grew closer, the handsome boy confessed to the girl that he found it impossible to produce great art without any suffering, especially the ones regarding love. What he meant by that (what the poor girl understood), was that people should always be in pain in order to offer goods to mankind. He was both sadist and cold to her mind.
However, she could not pretend not to understand it. She did, as she was an artist herself.
Some months - which felt like days or weeks - went by, and they were happy at being together and apart.
Then, the handsome, dream-like boy came to the girl with a gloat: he found a way of saying exactly what every girl wanted to hear, but in the worst possible way. It would seem cute and recklessly careful, like a boy should act.
So the poor girl was sad and cried herslf to sleep - just two tears actually, one for loving him and the other for expecting her to be loved back.


At last, she decided to bear disappointment by thinking he wanted to make her sad just so she would write beautiful stories about their love, to make it great, and  only she herself could ever be able to.

You see, she was so blind,that pretty girl... She was still standing up for that little prick!


oh, stop stupidity.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

some day I`ll fly, some I`ll sooooooooaaaar
some day I`ll be, some damn much mooooore
I`m bigger than my body gives me credit for...

Sempre, sempre, sempre


Os cabelos estão mais curtos, os olhos talvez mais perspicazes por causa do tempo, e nós também estamos mais espertas.
Saudades ficaram dos seus silêncios,  do seu riso - do meu -, do teu sorriso. Também me aborrece a falta das noites de filmes adolescentes, das músicas melancólicas, das amoreiras vermelhas demais, das primeiras aulas de bicicleta, da grama.
Mas tudo junto, tudo junto e multiplicado, não chega perto da falta que faz você. O curioso é que não te quero agora; quero a gente, como éramos. Prefiro não ver as mudanças inevitáveis do tempo; reparar nos novos trejeitos e desgostá-los... Prefiro guardar você na memória pura, que sempre vai parecer melhor, justamente por estar tão distante, longe de mim...

Pelo menos sei que as memórias lindas não estão findas e nunca estarão.

Olho para nós e nos vejo tão jovens, tão vivas. Mas ainda somos jovens, ainda estamos vivas.


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Anacrológico parte II

Essa história de que ``o tempo passa arrastado só pra eu ficar do seu lado`` do Cazuza é a maior mentira do século passado.

Vou revelar a verdade a vocês, meus caros...

As tardes, noites, e talvez manhãs, serão rápidas demais se vocês estiverem se divertindo. Chegará ao ponto de não saberem se o sol está se pondo ou raiando. Tão confusos ficarão teus sentidos que perderão a ideia de tempo. Dois meses serão vividos na velocidade dos sonhos - intensa, volátil. A velocidade acabará com um susto de lógica pura da consciência, assim despertando sonhadores que esquecem que asas são para aves.

Alguns poucos felizardos não serão detidos pelo tempo caótico e incerto, no entanto. Eles não se importarão se o crepúsculo virá ao meio dia, e isso tampouco significa que eles se iludem - estão dispostos a procurar pelo que anseiam, mesmo que seja no escuro.

READ ME


1st Be better than yesterday
2nd Hatred doesn`t make ignorant people any wiser. Be kind to everybody.
3rd Don`t delay HW corrections - organise yourself
4th Think: you have it all
5th Tell people how you feel about them, they are not forever lasting: no regrets
6th You will get the job: students and teachers love you!
7th Travelling is coming: believe harder!
8th Stop eating candies - apples are way cooler
9th You don`t need that shoe that much - save it
10th Study your ass off for CPE - you wanna pass with flying colours, don`t you?
11th Write something everyday - you like it
12th Finish started books (you like that too)
13th Look for different places - you are eager for it
14th Believe in compliments, PLEASE
15th Listen to mom because she`s freaking smart
16th Don`t tell your plans around (even friends can be accidentally jealous)
17th No heart break can take too long to heal when it comes to you
18th BTW, having your heart broken would seem like an interesting change.
19th Stop self sabotaging. Stop hipocrisy, you know what you are.
20th Don`t forget to decide about the UNIS!
21st Everyday before sleeping, remember you`re halfway there already, and that`s all you.




If only she had half of these goals...

domingo, 7 de outubro de 2012

Blasé

Acepções
adjetivo
1. que exprime completa indiferença pela novidade, pelo que deve comover, chocar etc.Ex.: [ar b.] [atitude b.]

adjetivo e substantivo masculino
2. que ou aquele que está embotado pelo excesso de estímulos (sensoriais, afetivos, intelectuais etc.) ou de prazeres, e que se tornou insensível ou indiferente a eles

3. que ou aquele que tem ou demonstra apatia ou desinteresse em relação a tudo, por sentir ou crer ter esgotado todas as possibilidades de experiências ou sensações
4. Derivação: por extensão de sentido.
que ou aquele que se mostra entediado (sinceramente ou por afetação) com relação a coisas pelas quais a maioria das pessoas demonstra interesse

Etimologia
fr. blasé (1837) "indiferente, apático, que não demonstra emoção", part.pas. de blaser (sXVII-XVIII) "embotar o sentido do gosto, por excesso de comida e bebida, tornar-se indiferente ou insensível"




A exposição extremada leva à indiferença? Então deve ser essa a resposta pra minha falta, minha saudade: exposição.  Mas o que fazer se o plano der errado, e a dependência na droga só aumentar? Seria no mínimo irônico se apegar mais tentando deixar de lado...

A verdade é que eu não quero ser blasé. Decidi não sê-lo. Nem por um instante eu quero deixar de sentir coisas derivadas disso, ou qualquer aspecto da minha carne, da minha confusão mental e do meu sentir contrariado.

sábado, 6 de outubro de 2012

Flashback parte II

É no mínimo curioso quando alguém que te despedaçou pouco a pouco, vem te parabenizar por um aniversário ou coisa assim... Não há ódio ou mágoa; só saudade de algo que não foi vivido, uma espécie de nostalgia mirabolante, a lembrança do que se esperava viver.
Não sei se o que a gente sentia podia ser chamado de amor, só sei que a gente sentia tudo aquilo.

Sabotagem

Te vejo nos cantos e espaços que estavam todos vazios, cheios só da minha segurança, da minha convicção.  Te olho e percebo as nuances nos teus olhos, muito além da cor. Vejo que elas são findas, vazias quase; nada há para mim - não como houvera talvez em outro tempo, para outros...
Te olho para ter certeza que não perco nenhum detalhe da expressão; como um masoquista, eu sei bem que tudo que ficará guardado tem um potencial violento contra mim mesma.
Nunca precisei voltar à superfície; era eu sempre quem arrastava para o mar, e talvez eu prefira não saber se estou me afogando.
Te olho adorando, esperando, temendo, como quem espera ser olhado também.








tudo aquilo que eu tenho lido...

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Insônias do inverno passado

Esqueci de você
e foi recíproco
Escrevi para você
sem nem saber que escrevia
sem sentir...
Escrevi como quem psicografa
Como se já quisesse te dizer isso há tanto...
Morávamos na mesma rua de destinos na contramão...
Por trás dos olhos nos vi
cumprindo a aposta,
nos traindo num acordo amigável
selando algo já premeditado


Não esqueci de você
não posso esquecer do que nunca lembrei...

domingo, 16 de setembro de 2012

a última das artes

Os pés são ordinários agora

Saltam, vá lá

lembrando do movimento de memória


aquela intrínseca, que nunca se perde. Há tanto...

Faz pensar que tudo
foi um delírio na ausência do ar, um sonho 

desafiando a física

Numa outra vida

desafiando a ciência

Perdendo nas entrelinhas

Dizem aqueles ratos de laboratório que a memória olfativa é a mais forte, a que remete ao passado com mais intensidade.


Mas como pode ser, se tento apreender-te nos sentidos, aprisionar-te na memória, e sempre escapas?
Dizem-me a todo momento que te veem na minha pele, na minha voz, nos trejeitos, nos meus olhos.

E assim vejo que não és tão efêmero e volátil para mim.

Eu disse que artistas sentem diferente, gostam de maneiras peculiares... e concordastes: um mais e outro menos.
Sem devaneios ou firulas
Como que me contando que já sabes de mim...

sábado, 15 de setembro de 2012

as stupid as I bear

I imagine you to be in every corner
And how do I shut you up right now?
I listen to you in every song
A complex constellation fading
As if it were an honor
Not to have wishes asked
Because my wishes you could never grant
And if you could
Would I stick around?
I`d tell you I don`t want to be left alone
All these you have heard before
In an American cliche movie
Or in some 50s song...

terça-feira, 4 de setembro de 2012

slow it down.
let`s try to believe it
then
go on with the whole storytelling thing.

Luciolando

Lucíola rejeita o contato físico após a luxúria. Não porque não mais deseje. Aliás, é porque até gosta e se importa muito... E depois de tê-la visto sem disfarces, ela sentiu impureza, consumacão. Só desejou que todo e qualquer sentimento fosse imaculado e sincero como aquele tinha sido. Não havia competicão: ela era Lucíola, a puta mais completa de lá, e isso não era suficiente para apagar todas as outras - ou talvez nada fosse, uma vez que a paranóia fora sempre dela; e ela mesma é inocente, quase amável.

Dentro dela morre quaquer coisa que não é dita no texto, e que mesmo assim, está dito em cada página, cada par de olhos que fitam mas não enxergam, bocas que beijam e não se tocam.
E tem gente que diz que o divertimento é o mistério...

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Miragens

Eles vêm o bom
Eu vejo o fingimento
Eles vêm doçura
Eu vejo controle
Eles vêm porcelana, seda
Eu vejo farroupilha
Eles vêm candura
Eu vejo luxúria
Eles vêm sonho
E é a ilusão
Eles vêm externo
Eu só vejo a mim mesma.

Seres palpáveis

Quero num querer insano
num querer desenfreado
Quero que num calor profano
sintas o desejo acordado

E desejo desejar-te
o tanto que me queres
sem pôr  nem tirar em
meu corpo imperfeito
e que te esquecas
das outras mulheres

Só desta maneira sei te querer
e desta maneira eu desejo
Segurando
Sufocando
Aguentando o prazer
entre minhas mãos e seus dedos




Lembrei de Neruda...

domingo, 26 de agosto de 2012

exercícios no piano

os pés
quase descalcos, quase calcados
em sapatilhas que já foram salmão
estão expostos no ar, num frenesi ritmado
numa danca que não é danca
em amor que finge não ser
e se apoiam nas teclas
fingindo serem como elas
numa relacão na qual
é tudo preto no branco

e assim inventam notas
que soam melhor do que quaisquer outras

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

The wholesale


You have been wholesaling your very own heart
To those who will never need it
To those who would never take care of such precious piece of art
Then they have tried to win unwinnable battles
And to feel unexisting feelings
Even so
How do we make right a thing which has always been that wrong?
They do care and cherish
And they apologize
For having got no love to give at all







After a year, something not entirely bad.

domingo, 22 de julho de 2012

O marinheiro

vou publicar no jornal
o nome de um marinheiro
que mora no fundo do mar

o marinheiro,
prometeu me ajudar.
o marinheiro,
há de me levar
àqueles outros lados do mar.

marinheiro,
que seja nos braços, nas costas,
e eu publico no jornal,
seu nome e a nossa proposta




terça-feira, 24 de abril de 2012

Uma casa engraçada, versão Nicole


Era uma gata, muito engraçada
Não tinha perna,
Nem tinha pata...
Ninguém podia, tocar nela não!
Porque a gata caia no chão...




Anisha, meu amor