Já dizem que é uma questão de ponto de vista...
Verdades absolutas são todas contestáveis.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Insônias do inverno passado

Esqueci de você
e foi recíproco
Escrevi para você
sem nem saber que escrevia
sem sentir...
Escrevi como quem psicografa
Como se já quisesse te dizer isso há tanto...
Morávamos na mesma rua de destinos na contramão...
Por trás dos olhos nos vi
cumprindo a aposta,
nos traindo num acordo amigável
selando algo já premeditado


Não esqueci de você
não posso esquecer do que nunca lembrei...

domingo, 16 de setembro de 2012

a última das artes

Os pés são ordinários agora

Saltam, vá lá

lembrando do movimento de memória


aquela intrínseca, que nunca se perde. Há tanto...

Faz pensar que tudo
foi um delírio na ausência do ar, um sonho 

desafiando a física

Numa outra vida

desafiando a ciência

Perdendo nas entrelinhas

Dizem aqueles ratos de laboratório que a memória olfativa é a mais forte, a que remete ao passado com mais intensidade.


Mas como pode ser, se tento apreender-te nos sentidos, aprisionar-te na memória, e sempre escapas?
Dizem-me a todo momento que te veem na minha pele, na minha voz, nos trejeitos, nos meus olhos.

E assim vejo que não és tão efêmero e volátil para mim.

Eu disse que artistas sentem diferente, gostam de maneiras peculiares... e concordastes: um mais e outro menos.
Sem devaneios ou firulas
Como que me contando que já sabes de mim...

sábado, 15 de setembro de 2012

as stupid as I bear

I imagine you to be in every corner
And how do I shut you up right now?
I listen to you in every song
A complex constellation fading
As if it were an honor
Not to have wishes asked
Because my wishes you could never grant
And if you could
Would I stick around?
I`d tell you I don`t want to be left alone
All these you have heard before
In an American cliche movie
Or in some 50s song...

terça-feira, 4 de setembro de 2012

slow it down.
let`s try to believe it
then
go on with the whole storytelling thing.

Luciolando

Lucíola rejeita o contato físico após a luxúria. Não porque não mais deseje. Aliás, é porque até gosta e se importa muito... E depois de tê-la visto sem disfarces, ela sentiu impureza, consumacão. Só desejou que todo e qualquer sentimento fosse imaculado e sincero como aquele tinha sido. Não havia competicão: ela era Lucíola, a puta mais completa de lá, e isso não era suficiente para apagar todas as outras - ou talvez nada fosse, uma vez que a paranóia fora sempre dela; e ela mesma é inocente, quase amável.

Dentro dela morre quaquer coisa que não é dita no texto, e que mesmo assim, está dito em cada página, cada par de olhos que fitam mas não enxergam, bocas que beijam e não se tocam.
E tem gente que diz que o divertimento é o mistério...

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Miragens

Eles vêm o bom
Eu vejo o fingimento
Eles vêm doçura
Eu vejo controle
Eles vêm porcelana, seda
Eu vejo farroupilha
Eles vêm candura
Eu vejo luxúria
Eles vêm sonho
E é a ilusão
Eles vêm externo
Eu só vejo a mim mesma.

Seres palpáveis

Quero num querer insano
num querer desenfreado
Quero que num calor profano
sintas o desejo acordado

E desejo desejar-te
o tanto que me queres
sem pôr  nem tirar em
meu corpo imperfeito
e que te esquecas
das outras mulheres

Só desta maneira sei te querer
e desta maneira eu desejo
Segurando
Sufocando
Aguentando o prazer
entre minhas mãos e seus dedos




Lembrei de Neruda...