São seis da manhã e eu estou bêbada e surda.
Tenho meus restantes três reais, e caiu uísque na minha calça.
Faz um frio europeu e eu só tenho um casaco de couro e uma miniblusa.
Vou voltar para casa engatinhando com o sol nascendo azul.
Estou nessa cidade cinza e nojenta, nesse metrô de pessoas feias que me encaram porque eu estou muito bem acabada.
Estou sem pés - eles estão nos sapatos.
E parece que nunca estive tão feliz e livre.
Não preciso dos pés para voar.
Ou talvez fosse só o uísque mesmo.
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