Os cabelos estão mais curtos, os olhos talvez mais perspicazes por causa do tempo, e nós também estamos mais espertas.
Saudades ficaram dos seus silêncios, do seu riso - do meu -, do teu sorriso. Também me aborrece a falta das noites de filmes adolescentes, das músicas melancólicas, das amoreiras vermelhas demais, das primeiras aulas de bicicleta, da grama.
Mas tudo junto, tudo junto e multiplicado, não chega perto da falta que faz você. O curioso é que não te quero agora; quero a gente, como éramos. Prefiro não ver as mudanças inevitáveis do tempo; reparar nos novos trejeitos e desgostá-los... Prefiro guardar você na memória pura, que sempre vai parecer melhor, justamente por estar tão distante, longe de mim...
Pelo menos sei que as memórias lindas não estão findas e nunca estarão.
Olho para nós e nos vejo tão jovens, tão vivas. Mas ainda somos jovens, ainda estamos vivas.
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